domingo, 3 de abril de 2011

Amanhã

Amanhã quero abrir a janela
sentir o sol da manhã
beijar as flores macias
esquecer as imagens sombrias
ver os pássaros derramando
seu canto pelos jardins
abrir minhas cortinas
te encarar sem medo, amanhã
Mas hoje a alma tão fria
estertora, vazia
irrompe em agonia
Amanhã quero descer as escadas
e ver os rostos carentes
de afeto, reluzentes
ouvir o sol da manhã
romper pela luz do dia
esquecer a paisagem vadia
comer do fruto
e beijar a flor
Mas hoje o coração dispara
acelera, estala
se arrasta na sombra de fel
Amanhã quero abrir a cortina
ver água cristalina
a borboleta no mato
o pássaro na escada
saltitante, carente
o sol cantar mais um dia
Mas hoje
a alma em estertores, fel
o coração agoniza
espera, amor
espera chegar a manhã
(Escrito por Zailda Coirano)

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